domingo, 29 de junho de 2008

Museu da Misericórdia

Benção para os olhos


Texto: Victor Villarpando.
Fotos: Divulgação/Santa Casa.


Os antigos benfeitores da Santa Casa de Misericórdia queriam ser absolvidos dos pecados fazendo o bem com doações. No fim das contas, eles acertaram na mosca. O acervo do Museu da Misericórdia é uma verdadeira caridade.
Logo na entrada (Claustro) ficam a estátua da Misericórdia em mármore português, datada do século 19 e imagens de Cosme e Damião com vestimentas de médicos árabes.


Na Sacristia, ficam pinturas em óleo sobre tela e o Arcaz – um enorme armário de jacarandá e prata, onde ficavam os paramentos. Junto aos objetos litúrgicos e às porcelanas, eles preenchem os demais espaços da sala.



No andar de cima, quadros dos benfeitores e destaque para uma espécie de escrivaninha, chamada de papeleira. Ela pertenceu a ninguém menos que Ruy Barbosa, que foi funcionário da Santa Casa e pediu demissão para seguir a carreira jurídica. A carta com o pedido também foi restaurada e está exposta.





Ainda na sala, um retrato de história inusitada: Ernestina Guimarães, uma das benfeitoras da Santa Casa. Ela foi célebre por causa de três casamentos com portugueses ricos, que morreram e deixaram-na endinheirada. Quando ela morreu, doou todos os bens à Santa Casa na condição de criarem um asilo para viúvas pobres, de bom comportamento e que nunca mais casassem. Em menos de dois anos o asilo fechou.








Por fim, há o salão nobre. Sob um belíssimo teto com pinturas sobre madeira, uma mesa de reuniões para 30 pessoas. Ao longo da sala, muita azulejaria portuguesa. No fundo, um oratório talhado em ouro, com um Cristo do século 18.
O ápice do tour é a Loggia, entre o térreo e o andar superior. Lá está o motivo do tombamento da Santa Casa como patrimônio histórico da humanidade antes Pelourinho: as paredes ornadas com delicadas florzinhas de mármore, acopladas por encaixe.
O museu funciona de segunda a sábado das 10h–17h; nos domingos e feriados das 13h–17h. A entrada custa R$ 5 e tem meia (R$ 2,50)! Fotografias não são permitidas.

* Citei coisas sem mostrá-las e deixei de falar de outras por falta de ilustração. Contactei a Santa Casa no dia 05/06. Já mandei e-mails, já liguei e já estive lá pessoalmente. Até hoje não obtive a permissão. Todas as fotos deste post são do site.

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